domingo, 16 de junho de 2013

Leito de Hospital

Observando
O gotejar do soro
Suspenso
No único “veículo”
Que é possível
Manobrar
Nos corredores-pista
Do inevitável local...

As horas passam
Devagar, devagar...
Quase parando.
E a vida vai
Lentamente se arrastando.

Pela janela
O amanhecer
O entardecer
Passeiam como se fossem
Visitantes indesejados
Que só aumentam
A ansiedade pela espera
Do retorno ao lar.

Contam-se os dias
Pelas trocas
De enfermeiras, curativos
E pela visita típica
Rápida “de médico”.

Muitos ais, ais...
Muitos filhos, esposas,
Maridos, avós,
Pais...
Internados, visitando,
Cuidando.
Fazendo o que se pode
Antes que seja tarde demais.

Alguns risos,
Muitos amigos
De dores, de roncos (daqueles que parecem tratores)
De conversas,
Noites a fio,
Sobre a vida
E as mudanças
Que a dor lhes infringiu.

Aqui, a vida passa
Devagar, devagar...
Observando a lentidão
Do soro a gotejar.

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